segunda-feira, 12 de julho de 2010

Anette - SRD especial

Eu no meu primeiro dia em casa (28.11.2008)


Euzinha com a Sophia me cheirando e tentando fazer amizade em Dezembro de 2008

Está sou eu hoje em dia!!!! Viu como sou feliz!!!! Tomando um solzinho!!!!!



Olá gente!!!! Fiquei sabendo que vocês conheceram minha irmã Cida e perguntei a mamãe: -"Porque não me apresentar?" Então...aí vai!!!!


Meu nome é Anette e hoje tenho dois anos. Fui encontrada por uma voluntária de  uma associação de cães abandonados quase sem vida em Agosto de 2008.


Na época eu tinha mais ou menos 3 meses e estava presa a uma árvore, sem água, comida, com falhas de pêlo no corpo, com sequelas da cinomose e jogada nas próprias fezes e urina.


As "tias" me pegaram e correram para me dar os primeiros socorros. Fiquei internada em um hospital veterinário e depois segui para o canil desta associação. Lá ficava confinada para minha segurança numa gaiolinha pequena só minha (eu via a luz do dia quando as tias iam lá cuidar das nossas necessidades, uma vez por dia).


Um dia São Francisco resolveu mudar ainda mais o meu destino; ele me deu uma segunda chance e foi quando em Novembro de 2008, conheci minha mãe (Camila) e minha tia (Denise).


Mamãe  havia realizado inscrições em algumas ONGs e associações de cães abandonados e foi então chamada para trabalhar lá onde eu estava.

Numa tarde de domingo ela apareceu. E foi ela quem deu banho nos animais que haviam sido escolhidos para a feirinha de adoção (entre eles EUZINHA!!!).

Poucos são escolhidos para a feirinha porque dependemos das caronas de voluntários  e infelizmente, são poucas as pessoas dispostas a abrir mão de seu fim de semana para ajudar nestas tarefas não tão agradáveis mas MUITO NECESSÁRIAS para termos uma chance.


Naquele dia, mamãe veio toda feliz e depois de cuidar de mim, fiquei lá "aninhada" no colo dela e foi assim que mamãe se apaixonou a primeira vista e não me largou mais do colo dela até a hora da despedida. 

Voltei ao abrigo mas tanto eu quanto mamãe estávamos decididas a ficarmos juntas até o fim de nossas vidas; eu vi em seus olhos uma mistura de tristeza  e compaixão por mim.


Mamãe naquele mesmo dia começou uma batalha para conquistar a família e deixar que me aceitassem; sem saber, ela teve um "plano".

A sua primeira atitude foi conversar com a minha madrinha Telma (veterinária e amiga da vovó que também é veterinária). Mamãe pediu para que a madrinha abrisse seu espaço na clínica para tentar arrumar um dono para mim e assim foi feito.


Titia então foi me buscar, assinou os documentos; passei pela consulta na madrinha e fiquei por lá durante uma semana mas..... a madrinha ligou para a mamãe dizendo: - "Você precisa logo ver um dono porque ela não tem muita chance, por todo seu problema e pela idade (eu tinha 4 meses)" !!!!


Mamãe disse que ficou sem entender NADA. O final de semana chegou e mamãe ligou para saber se a madrinha me levaria para a casa dela ou se eu ficaria sozinha ali na gaiolinha.


Claro que não iria me levar e deixou isso bem claro para a mamãe. Na mesma hora, mamãe decidida falou com o vovô se poderia me levar junto com a família para viajar a praia e na segunda me deixaria novamente na madrinha (claro que ela já sabia o que estava fazendo....sabia que eles não resistiriam).

 
Vovô aceitou e foi então que conheci minha família e nunca mais saí  de perto deles. Meus avós gostaram tanto de mim, ficaram tão comovidos pela minha fragilidade....

Também  naquele fim de semana  mamãe entendeu o que a madrinha quiz dizer com aquela frase. Ela até então, não havia se dado conta da minha deficiência neurológica/ motora (eu ando toda torta com as patinhas da frente e de trás).


Mamãe diz que isso só fez com que nós a amássemos ainda mais porque na minha família não há preconceitos e nem obstáculos e dificuldades que não se enfrente.


Eu nem latia (chegaram a pensar que tinham me tirado as cordas vocais quando me abandonaram), só ficava mesmo na caminha de tão fraquinha). Mas a família assumiu a luta e todos juntos batalhamos; nossa luta é diária mas eles sabem que nunca serei perfeita (mas o que importa? e quem é perfeito? E o quê afinal é ser perfeito?).


Mamãe descobriu coisa ainda pior do que andar tortinha; eu não conseguia fazer minhas necessidades sem a ajuda de alguém (minha bexiga ficava cheia mas não saia nada). Na hora, mamãe ficou apavorada,  afinal poderia dar uma infecção urinária, eu poderia morrer e....(mamãe se apavorou). Depois mandou e-mail para as tias da associação para saber se tinham conhecimento, mas não porque elas falaram que como há mais de 100 cães, por mais que cuide....


Mas foi instintivo e mamãe dá conta do recado até hoje (me leva de 4 em 4 horas e até de madrugada sem reclamar - mas ela tb é perita nas madrugadas porque tb fica doida de vontade e vamos juntas - hahahahha!!!!).

Mamãe chegou a me tratar com acupuntura e ajudou um pouco, porque pelo menos o número dois sai sozinho quando ando. O problema é que fico desesperada, fazendo a "dança da chuva" (como a família fala aqui em casa). Até hoje não entendo o que é isso saindo de mim caramba!!!


Todos os dias, enquanto mamãe trabalhava, titia me levava passear e vovó fazia comida especial além da ração que me davam. 
Mamãe cuidava de mim quando chegava e aos finais de semana me dando amor, me abraçando e até me beijando (eu sempre dormi do lado dela junto com minha irmã Sophia - daschund que me ensinou a brincar e a me desenvolver. Desde o começo ela sempre me defendeu).


Mas não pense que fui logo de cara aceitando aquela gente estranha e muito menos a minhas irmãs Bella, Sophia, Cida e Ivy (nem pensar!!! toda aquela gente me dava medo!!! mas todos respeitaram meu tempo!!!).


Um belo dia eu resolvi latir e todos fizeram a maior festa, bateram palmas e cada avanço meu, era uma festa na casa, com sorrisos só para mim (assim é até hoje)


Com as caminhadas que a titia me levava, eu comecei a ficar com a postura mais ereta e conseguia me manter em pé; com o tempo já andava atrás de todos pela casa, pedindo colo, petiscos e até brincando com a Sophia, que sempre esteve comigo nos momentos mais difíceis (e olha que ela é ciumenta mas de mim, nunca teve ciúmes e todas me respeitam muito).


Ah!!! Também sei correr e pular.  Quando estou eufórica até vou puxando a coleira e arrastando-a. Acha que ela se importa?! Que nada!!! Só sabe rir e se orgulhar de mim a todo momento .


Mamãe só foi viajar depois que eu já estava um ano em casa e já havia me acostumado com a rotina e sempre com pessoas de extrema confiança (se bem que só nos deixou uma vez com muito aperto no coração mas sabendo que daria tudo certo pois ficamos em casa). Meus banhos???? Só com a mamãe; aliás,  ADORO banhos!!!!


Meu aniversário???? Vovó escolheu dia 12/6 (Dia dos Namorados) porque significa muito amor; carinho e falam que é isso que represento aqui em casa. Meu nome continuou como era desde quando fui achada porque mamãe percebeu que era a única coisa em que eu me reconhecia.
 
Se ainda me trato com algo? Não!!! Apenas boa alimentação; as caminhadas sempre iguais, viagens para a praia (adoro a areia), vacinas e todos sempre estão de olho em possíveis novidades. Por enquanto cheguei ao limite da evolução possível frente as sequelas da cinomose que me deixaram marcas tanto na parte neurológica, quanto tb a motora.

Sei que se algum dia algo novo surgir, nem a mamãe e nem a família toda medirá esforços para me ajudarem a ter uma melhor qualidade de vida. Eu sou a  FLOR DE LIZ da mamãe (sou a mais especial de todas!!!).


BEIJOS PESSOAL e por favor!!!!

Não neguem ajuda aos animais abandonados (tanto gatos quanto cães)
NÓS MERECEMOS UM LAR E SEMPRE SABEREMOS RETRIBUIR!!!!



Um comentário:

  1. Conheço essa história maravilhosa que acompanhei até certo ponto. Parabens pela grande humanidade dessa família especial. Zuleica.

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